O Zico do Cassete!
Analisando suas atuações num
sofisticado aparelho de vídeo, ele descobriu um novo modo de jogar: combatendo
em todos os cantos do campo, criando espaço para si
Por Marcelo Rezende / Placar
Partindo de quem parte, trata-se
de uma atitude, no mínimo, surpreendente. Aos 27 anos de idade, considerando um
dos craques mais completos do Brasil, Zico resolveu reaprender a jogar futebol.
Decisão que teria tomado, segundo alguns, depois de atingido por alguns comentários
críticos de Telê Santana. Zico, porém, contesta a versão. Diz que, muito antes
disso, ele próprio já havia percebido algumas deficiências em seu modo de
jogar.
Com quem está a verdade? Pouco importa, isso sim, que o Brasil está testemunhando o surgimento de um novo Zico – uma edição mais bem acabada do maior artilheiro que o Flamengo já revelou em toda sua existência. Um Zico mais marcação, mas participação na defesa e no meio-campo e, nem por isso, menos gols. Enfim, um Zico atingindo a fase da plena maturidade: criativo nas necessidades do seu time, destruidor quando o adversário ameaça. Talvez o jogador mais próximo da síntese tão sonhada pelos torcedores: técnica refinada do futebol brasileiro aliada ao espírito combativo que tanto invejamos nos europeus.
É sexta-feira e Zico acaba de
chegar à Gávea. Logo na entrada, recebe a encomenda de 100 minicamisas de
plástico com o número 10 às costas e seu nome gravado na frente. Paga 500
cruzeiros pelo brinde que distribui entre os seus mais “sortudos” fãs.
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